terça-feira, 5 de março de 2013

3. Lolita - Vladimir Nabokov


Editora Alfaguara
392 páginas

O terceiro livro foi Lolita. Demorei como nunca pra terminá-lo. Nesse meio tempo li outros livros, pois em alguns momentos eu realmente não aguentava mais lê-lo.

Reconheço a genialidade do autor, a leitura flui bem, mas o tema, às vezes, me embrulhava o estômago. É de um machismo que chega a ser brutal e a relação deturpada dele com a enteada não é nada como no filme (confesso que o filme é que me levou a escolher Lolita como um dos primeiros da lista), é muito mais aprofundada e doentia.

Pra quem tiver curiosidade, indico, mas há que se ter paciência e abstração de muitas coisas, na minha opinião.




2. O Apanhador no Campo de Centeio - J. D. Salinger


Editora do Autor
208 páginas

O segundo livro escolhido foi O Apanhador no Campo de Centeio do J.D. Salinger. Esse foi indicado por uma amiga quando eu contei que tava tentando seguir a lista do Telegraph.

É quase o oposto do primeiro livro. É tão real, mas tão real, que dá a sensação que poderia ter sido escrito por quase qualquer um. Quase qualquer um porque, pelo menos pra mim, a pessoa teria que ser genialmente desapegada. Sim, porque pra alguém escrever um livro desses em 1945, tem que ser pelo menos brilhante.

Além de real é simples. A história é basicamente todas as "merdas", "drogas" e "porras" que passam na cabeça de um adolescente revoltado sem causa, encontrando com pessoas "imbecis", "burras" e "hipócritas" em todos os lugares em que ele vai.

É fácil de ler, mas não é tão fácil assim entender a verdadeira ideia por detrás do livro. Holden Caufield, pra mim, poderia ser qualquer adolescente que tenha sido seu amigo e, até mesmo você, caso você se abrisse de uma forma totalmente espontânea, sem nenhum freio moral. É o tipo de gente que fala o que quer pra todo mundo e acaba com o nariz sangrando algumas vezes.

Holden é um imbecil e um gênio ao mesmo tempo, depende de como a gente encara.

Depois de ler o livro, eu também queria ser um apanhador num campo de centeio.

Indico mil vezes!

1. Cem Anos de Solidão - Gabriel García Márquez


Editora Record
448 páginas

Aleatoriamente, o primeiro livro escolhido por mim foi o Cem Anos de Solidão do Gabriel García Márquez. Na verdade, a escolha nem foi tão aleatória assim. Já tinha ouvido falar muito bem do Gabriel, então resolvi começar por ele. Ainda mais depois que li a sinopse.

O fato de um livro com grandes pitadas de surrealismo figurar na lista dos 100 livros do Telegraph (bem como por se tratar de escritor de origem latina), me chamou a atenção.

Apesar de ainda estar no início do início da lista, já acho que não tinha livro melhor para que eu começasse a ler, mesmo não sendo uma das leituras mais fáceis, ele fez com que eu me apaixonasse de novo pelo hábito da leitura (já não lia por hobby há alguns anos).

O livro é deliciosamente confuso. Muito, muito interessante. Tem personagens muito complexos (psicologicamente falando), 70% destes tem pelo menos um de seus nomes iguais e as relações familiares chegam a ser cômicas. Fatos que, ao meu ver, dificultam um pouco a leitura para quem não tem muito tempo para ler todos os dias. Passar vários dias sem ler o livro pode causar confusão quando da retomada ("mas, péra, qual Aureliano é esse mesmo?"). Dica: consultem sempre a árvore genealógica, na edição que eu comprei (capa acima) tem.

Destaque para a forma irônica pela qual o autor narra a história. Em quase todas as páginas há sátiras bem claras (e outras nem tanto) aos ditadores latinos, ao atraso tecnológico, educacional e cultural em que nós, latino-americanos, nos encontramos e à forma excêntrica e calorosa em que convivemos socialmente.

Como eu falei, há personagens fascinantes, do tipo que dá vontade que de fato existissem, só pra gente manter contato. Acabei a leitura apaixonado pela "Remédios, a Bela", querendo ser amigo de quase todos Aurelianos e admirando incondicionalmente a vovó dinossaura Úrsula.

Enfim, é o tipo de livro que você acaba e fala: "Meu Deus. É muito louco e ao mesmo tempo faz total sentido". Mudou minha vida, mas eu sou uma pessoa impressionável. Acho que quase todos mudarão.

Quando acabar a lista, ou até mesmo antes, pois acho que não terei paciência pra ficar só na lista do Telegraph tantos anos da minha vida, quero ler alguns outros livros do Gabriel. Quem sabe Memórias de Minhas Putas Tristes? O título é sugestivo, né?

Ler antes de morrer

Concordo que não existe coisa mais ridícula, desde os anos 2000, do que criar um blog. Aliás, tem: ficar insistindo para que pessoas aleatórias entrem no seu blog e comentem coisas ainda mais aleatórias. Por isso que esse blog não será divulgado. A intenção é puramente para que eu me lembre dos 100 livros que li, das ideias que eu retirei deles e como eles, de alguma forma, me fizeram pensar (ou repensar) alguma coisa.

A lista foi retirada do site http://praler.org/2012/04/100-livros-para-ler-antes-de-morrer/, sim, o primeiro link do google quando você joga 100 livros para ler antes de morrer.

Precisava de ideias de livros, sair dos clichês etc. É só por isso.